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Refugiados desempregados buscam oportunidades no mercado de trabalho brasileiro

Para enfrentar as dificuldades enfrentadas por refugiados no mercado de trabalho, diversos projetos são instalados no país com a finalidade de auxiliá-los

Um dos maiores problemas enfrentados por estrangeiros em situação de refúgio recém-chegados no Brasil é a falta de renda. Nem todos são capazes de conseguir algum benefício do governo ou suporte da população local, então resta a busca por emprego. Com a crise econômica brasileira, até mesmo para nativos é difícil encontrar vagas, situação que só se agrava para aqueles que vêm de outros países em situação de risco. 

Em entrevista com a CBN Campo Grande, no dia 05 de janeiro, a presidente da Comissão dos Imigrantes e Refugiados da OAB-MS, Cristiane Viegas, contou que muitos refugiados não se regularizam no país por medo de serem deportados e isso dificulta seu acesso ao mercado de trabalho. Não só isso, mas também correm o perigo de serem explorados em trabalhos ilegais. 

Pensando nessas dificuldades, com parceria com a ACNUR, o ManPower Group abriu uma iniciativa de capacitação de pessoas em situação de refúgio no Brasil. O grupo em questão é a filial empresa de gestão e consultoria de negócios e do mercado de trabalho. De acordo com Leandro Fernandes, líder de Pessoas & Cultura no Manpower Group, a empresa também capacitou os refugiados a como se preparar para uma entrevista, construção de CVs e cadastros em plataformas de currículo online, entre outros. Leandro também disse, que além dessas pessoas beneficiadas diretamente, o grupo promoveu workshops de capacitação com organizações de todo o Brasil. 

O líder de Pessoas & Cultura do grupo empresarial também disse que a ideia para a parceria com a ACNUR surgiu do conhecimento de algumas práticas para pessoas em situação de refúgio por meio de colegas do Panamá. “A partir de então, estabelecemos contato com os responsáveis pela Unidade de Meios de Vida da ACNUR no Brasil para entendermos de que forma poderíamos apoiá-los a aumentar a empregabilidade das pessoas refugiadas com a nossa expertise” declarou Leandro Fernandes. E completou explicando: “É importante e necessário mantermos o acordo de cooperação com a ACNUR, pois faz parte da nossa filosofia e proposta de valor, como empresa, proporcionar trabalho e renda significativa para as pessoas, além de crescimento sustentável para as empresas e as comunidades em que estão inseridas.”

Leandro lembrou o compromisso da Manpower Group, com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (8 e 10) proporcionar “Trabalho decente e crescimento econômico” e “Redução das desigualdades”. Segundo ele, a ACNUR redireciona as necessidades encontradas pelos refugiados para a empresa e, a partir daí, eles buscam alternativas de atuação, levando em conta a expertise no mercado de trabalho e gestão de pessoas do ManpowerGroup. “Estamos estruturando junto a ACNUR ações possíveis para 2022 com foco em impulsionar a empregabilidade de pessoas em situação de refúgio”, finalizou Leandro.

Infelizmente não há muitos programas nacionais altamente conhecidos que sirvam de assistência nesses casos, no entanto, ainda há projetos e iniciativas independentes ou de governos regionais espalhados pelo país. Alguns deles são:

TOTI - Plataforma brasileira, com parceria da ACNUR, focada na formação gratuita e apoio na contratação de pessoas refugiadas e imigrantes no mercado de trabalho da tecnologia. Em agosto fez parceria com a Softtek, multinacional mexicana de TI, com a finalidade de que os participantes dos cursos de capacitação da TOTI pudessem participar do processo seletivo da empresa.

Cáritas - Confederação de igrejas católicas responsável por projetos humanitários, oferece cursos de capacitação, oficinas e aulas de português para os refugiados, além de assistência na inserção dessas pessoas no mercado de trabalho. Em Campo Mourão (PR), de acordo com a Tribuna do Interior, mais de 300 pessoas estão sob a assistência do Cáritas, muitas delas recebendo apoio no mercado de trabalho. No Rio de Janeiro, o projeto humanitário deu início a uma plataforma online chamada Trampolim, para auxiliar refugiados da região a conseguir empregos com facilidade. A Cáritas está presente na maior parte do país, possuindo 12 regionais compostas por 187 entidades. 

Em dezembro, a Fundação do Trabalho de MS (Funtrab) proporcionou o “Dia D Imigrantes e Refugiados” intermediando o maior número de vagas de emprego possível para essas pessoas. De acordo com o site do governo do estado do Mato Grosso, em 2021 de 1.583 trabalhadores encaminhados ao mercado de trabalho, 1.141 eram da Venezuela, 183 do Haiti e 167 do Paraguai. 

Grupos do Facebook, como o grupo “Refúgio e Imigração no Brasil” com mais de 8 mil membros, também são utilizados para compartilhar informações que ajudam estrangeiros na busca de empregos por todo o país. Brasileiros e estrangeiros unidos na tentativa de informar uns aos outros sobre a situação de pessoas em necessidade de assistência, assim como maneiras de ajudá-las ou para que elas mesmas possam se ajudar. 

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