NOTÍCIA CÁTEDRA

A força da comunidade Kalunga: representatividade quilombola em Cavalcante

Em Cavalcante, Goiás, município em que os quilombolas compõem 57% da população local, conforme o Censo Demográfico 2022 do IBGE, a comunidade Kalunga, com uma história de resistência e preservação cultural, tem lutado por décadas pelo reconhecimento de seus territórios e pela inclusão em espaços de decisão.

Organizados por meio de associações como a Associação Quilombola Kalunga (AQK), eles têm se unido para garantir que suas demandas sejam ouvidas, especialmente em áreas cruciais como a demarcação de terras e o acesso a serviços básicos.

Dentro desse contexto, a figura de Vilmar Kalunga, nascido e criado no Vão do Moleque, emergiu como uma liderança importante. Sua trajetória começou no ativismo pela comunidade, como presidente da AQK, onde demonstrou um forte compromisso com os direitos quilombolas, o incentivo ao turismo e o empreendedorismo local, por meio da oferta de especialização aos jovens. Quando eleito em 2020, ele se tornou o primeiro quilombola a assumir o cargo de prefeito em Goiás, um feito histórico que refletiu o desejo da comunidade de ver suas vozes representadas no poder público.

A reeleição de Vilmar em 2024, com 53,79% dos votos, consolida essa trajetória de luta e representatividade. Sua presença no governo não é apenas um símbolo da inclusão de vozes historicamente marginalizadas, mas também uma resposta ao desejo da comunidade de continuar avançando em direção a uma gestão que valorize suas tradições e necessidades. Ele representa o anseio da comunidade por uma administração que compreenda profundamente os desafios e potencialidades do povo Kalunga, e que trabalhe de forma ativa para garantir que suas demandas sejam atendidas.

Para a comunidade Kalunga, a permanência de Vilmar no poder reflete a importância da ocupação de espaços políticos por aqueles que conhecem as realidades locais. Mais do que uma conquista pessoal, sua liderança é um reflexo da força coletiva de um povo que, após séculos de exclusão, agora assume o controle de seu destino. A continuidade de sua gestão reforça a legitimidade e a relevância da representatividade quilombola em Cavalcante, promovendo uma transformação necessária para o desenvolvimento da cidade e da comunidade.

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