21° Conpeex apresenta estudo sobre acolhimento e desafios dos refugiados na UFG
Nos dias 6 a 8 de novembro, a Universidade Federal de Goiás (UFG) promoveu a 21ª edição do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão (Conpeex), evento anual dedicado a compartilhar a produção científica da instituição e fomentar o diálogo entre ensino, pesquisa e extensão. Entre os trabalhos apresentados, destacou-se uma pesquisa sobre fluxos migratórios conduzida pela estudante de Relações Internacionais e bolsista de iniciação científica, Maria Luísa Montalvão de Freitas, sob orientação da coordenadora-geral da Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM-UFG), Andréa Vetorrassi. O estudo explorou as ações de acolhimento e ensino promovidas pela Cátedra, com foco na inserção social de refugiados e migrantes atendidos pela iniciativa.
A pesquisa parte do entendimento de que os fluxos migratórios envolvem não apenas um deslocamento territorial, mas um contexto social e cultural complexo, marcado por diferenças e desigualdades que impactam a experiência de integração. Para Maria Luísa, compreender esses marcadores é essencial para aprofundar o entendimento sobre as necessidades específicas e os desafios enfrentados por refugiados em suas trajetórias no Brasil.
Durante 15 meses de acompanhamento, a estudante observou duas turmas do curso de português oferecido pela Cátedra, uma iniciativa fundamental para os refugiados que chegam ao país com barreiras linguísticas e culturais. Ela notou disparidades significativas entre as turmas de 2023 e 2024: enquanto a primeira era composta por pessoas de diversas nacionalidades, a segunda era formada majoritariamente por venezuelanos. Além disso, o interesse no aprendizado do português variou entre os grupos, com a turma de 2023 demonstrando maior engajamento.
Mais do que um curso de idiomas, o projeto da CSVM se revelou um espaço de construção de redes de apoio. A pesquisadora destaca que o ambiente acolhe os refugiados não apenas linguisticamente, mas também socialmente, proporcionando-lhes um espaço de orientação e senso de pertencimento. Os participantes do curso de português relatam benefícios práticos que vão desde o aprimoramento do idioma até o acesso a serviços essenciais, como assistência jurídica, odontológica, psicológica e social.
Contudo, a manutenção desse importante projeto enfrenta desafios, sobretudo no âmbito financeiro. Para a CSVM, o apoio contínuo é crucial para que o curso e os serviços oferecidos possam alcançar um número ainda maior de imigrantes e refugiados, ampliando as oportunidades de inclusão, que possibilite a reconstrução de suas vidas em um novo território, com dignidade e acessos, para essa população.